Créditos: GOV Rj.
A Casa G20, localizada na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, recebeu o Seminário de Segurança Hídrica e Energia – Do G20 à COP30, promovido nesta terça-feira (12/11). A realização é por meio de parceria entre a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (ABRAGEL), a Associação Brasileira de PCHs e CGHs (ABRAPCH), o Fórum de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Setor Elétrico (FMASE) e a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP).
O objetivo é discutir as estratégias globais e nacionais voltadas à segurança hídrica e energética, destacando as agendas trazidas pelo G20 e o caminho até a COP30. O evento abordou questões cruciais para o desenvolvimento do futuro do Brasil e do mundo, visando à elaboração de uma carta que será apresentada no bloco de participação social da Cúpula do G20.
A coordenadora de recursos hídricos da ABRAGEL, Maria Aparecida Vargas, destacou que a escolha do Rio de Janeiro para o seminário foi estratégica, visto que a cidade e a sua região metropolitana, que abrigam mais de 14 milhões de habitantes, dependem da transposição das águas do Rio Paraíba do Sul para a bacia do rio Guandu.
– Qualquer interrupção neste abastecimento pode representar uma grave ameaça à segurança hídrica do Rio de Janeiro, já que não existem outras fontes próximas capazes de garantir esse abastecimento além do reservatório de Fontes Novas, que, em situações extremas, só seria suficiente por dois ou três dias – alertou.
Vice-presidente do FMASE, Ênio Fonseca destacou que o Brasil precisa voltar a investir na construção de barragens para garantir a qualidade de vida.
– Nosso país possui cerca de 25 mil barragens, 37% são usadas para irrigação e mais de 940 são destinadas a atividades de mineração. Água é vida, e em momentos extremos, as barragens são a solução, o Brasil é um dos países com maior potencial hidráulico do mundo – destacou.
O encontro também contou com a participação de autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Representante da Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Rio de Janeiro (SEAS-RJ), Ana Asti comentou sobre os desafios para garantir a segurança hídrica.
– Em 2021, o Estado criou o Programa de Segurança Hídrica, que pretende estudar os múltiplos usos que a água pode ter até os próximos 20 anos, com propostas de soluções para os desafios que vivemos atualmente. Temos, no lado leste da Baía de Guanabara, uma população que supera nossa capacidade de fornecer água; e ao mesmo tempo, temos o lado oeste, que conta com o Paraíba do Sul. Precisamos nos ater às particularidades de cada região – afirmou a subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade da pasta.
A atriz e ativista ambiental Christiane Torloni compareceu ao debate, e falou sobre seu documentário ‘Amazônia: o despertar da Florestania’, que mostra, por meio de depoimentos, como a questão ambiental vem sido tratada desde o início do século XX.