Casa G20 recebe seminário sobre representatividade feminina na política

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Créditos: GOV Rj.

Na tarde desta sexta-feira (23.08), a Casa G20, que funciona na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, foi palco de seminário da Secretaria de Estado da Mulher do Rio de Janeiro, realizado para discutir estratégias de fomento à presença feminina nos espaços de poder. O evento, promovido por meio de parceria entre a pasta e o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM-RJ), reuniu gestoras, conselheiras, pesquisadoras e servidoras públicas que defendem a causa.


— Nosso objetivo é criar esse espaço de debate sobre a representatividade política das mulheres e sobre como reduzir as desigualdades entre homens e mulheres nesse campo, para que possamos avançar nesse tema. Tratamos sobre questões cruciais para garantir a participação das mulheres, como o financiamento das campanhas femininas e a importância das mídias digitais — destacou a secretária de Estado da Mulher e presidente do CEDIM-RJ, Heloisa Aguiar.


Durante o encontro, Angela Fontes, conselheira do CEDIM-RJ falou sobre a pesquisa “Mulheres e Vereança no Estado do Rio de Janeiro - Século XXI (2000-2020)”, um estudo sobre a participação política partidária das mulheres e a inserção feminina no legislativo municipal. Levantamento apontou que, em 2000, 41 dos 92 municípios fluminenses não tinham mulheres vereadoras. Atualmente, 31 cidades ainda não possuem mulheres ocupando o cargo.


— Tenho trabalhado em prol da representatividade feminina na política há 10 anos, construir esse seminário foi muito motivador, pois a nossa ideia é promover um encontro para conhecermos as experiências das mulheres. A gente tem que entender a importância da presença política das mulheres, e como isso reflete na sociedade. Nós precisamos interferir e contribuir na formulação das leis, a legislação não pode contar apenas com a perspectiva masculina, precisa ter um olhar feminino também — explicou Angela. 


O tema abordado durante a primeira mesa foi o financiamento e as fontes de recursos para campanhas de mulheres. No decorrer do debate, Vânia Aieta, especialista em Direito Eleitoral, enfatizou que é essencial que as mulheres sejam parte da liderança e da estrutura interna dos partidos políticos. Para ela, isso é essencial para garantir um trato mais igualitário e uma melhor divisão dos recursos nas eleições.


Já na segunda rodada, o assunto foi a utilização das redes sociais e das mídias digitais por meio de um olhar político. Participantes destacaram a importância da regulação das redes sociais, com intuito de reduzir a disseminação de discursos de ódio e fake news, principalmente contra as mulheres e a população LGBTQIA+.


Segundo a coordenadora de Projetos da ONG Criola, Monica Sacramento, é fundamental discutir sobre a construção de um sistema de governo democrático que inclua as mulheres negras. Além disso, para ela, é essencial a criação de uma rede de segurança, permitindo que as mulheres se defendam de violências virtuais, como a manipulação de fotos por inteligência artificial.


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