Na manhã desta quarta-feira (04.09), a Casa G20, que funciona na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, recebeu o evento Esquenta Cúpula do Futuro, promovido pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e pelo Consulado da Alemanha no Rio de Janeiro. O encontro reuniu cerca de 100 jovens de ONGs e comunidades, com objetivo de debater o papel da juventude na construção do futuro.

A Cúpula do Futuro será realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, nos dias 22 e 23 de setembro, e reunirá chefes de estado e sociedade civil, com objetivo de acelerar os esforços para cumprir compromissos internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

O cônsul-geral da Alemanha no Rio, Ian Freigang, destacou a importância da realização de uma reforma na estrutura da ONU, para que a instituição volte a desenvolver um papel efetivo de governança global. Para ele, é fundamental escutar a juventude para contribuir com a elaboração do Pacto para o Futuro. 

– Os desafios das Nações Unidas são muito grandes e complexos, e elas precisam de uma reforma expressiva para voltar a desenvolver um papel efetivo de governança global. Nós queremos um pacto concreto para o futuro, vamos ser ambiciosos nas nossas propostas, pois precisamos de um sistema forte, nenhum país consegue resolver o problema da crise climática sozinho – explicou Freigang. 

O chefe do UNIC Rio, Diego Lobo reforçou que a juventude tem um potencial enorme para ajudar a resolver os problemas contemporâneos.  

– Entendemos a força renovadora que a juventude tem, e compreendemos que, quando falamos sobre a Cúpula do Futuro, o foco precisa ser nos jovens, em eventos para os jovens, entre a própria juventude. Temos enfrentado muitos desafios para atingir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e a Cúpula é a oportunidade que temos para discutir compromissos para novas medidas que possam responder problemas futuros – disse Diego Lobo.

Durante o evento, foi realizado debate sobre a importância da juventude para o futuro em três eixos: educação, inclusão por meio dos esportes e mudança climática. A mesa foi composta pela estudante Ana Clara Reis, do Solar Menino de Luz; da estudante Ranna Cortês, da ONG Bola pra Frente e da bióloga Thaynara Fernandes, do Programa Jovens Negociadores pelo Clima.

As jovens enfatizaram a importância da luta para garantir mais oportunidades aos alunos de escolas públicas, além do fortalecimento do ensino básico e primário para combater a desigualdade no ensino. O reconhecimento do esporte como ferramenta de inclusão e empoderamento feminino também foi um ponto levantado no decorrer da discussão. 

Além desses temas, as jovens destacaram que é essencial democratizar o debate sobre mudanças climáticas e o acesso da sociedade sobre o tema.

– Eu quero poder falar sobre esse tema com meus vizinhos da comunidade, e quero que eles me entendam. Esse é um tema difícil, e precisamos que as pessoas compreendam os impactos que as mudanças climáticas podem causar no nosso futuro. Nós podemos enxergar claramente a existência de um racismo ambiental, as tragédias ambientais na maioria das vezes afetam as áreas ocupadas majoritariamente por pessoas em vulnerabilidade social – afirmou Thaynara.

O encontro contou, ainda, com a participação de integrantes do coletivo artístico Slam das Minas. 

Foto: Yago Gonçalves